Conheça quem foi o dono de um dos mais famosos bares da história.
Escrito por Caetano Campisi*
Nascido em Dundee, Escócia, em 16 de junho de 1890, Harry McElhone começou sua carreira no mundo do bar em Paris, no New York Bar, empreendimento fundado pelo jockey americano Tod Sloan com o propósito de ser um ponto de encontro dos americanos na capital francesa.
Harry ficou alguns anos trabalhando neste bar e, depois dessa primeira experiência, foi para os EUA onde trabalhou em bares de vários hotéis, entre eles o do Hotel Plaza em Nova York. Após o término da primeira grande guerra mundial, Harry voltou para a Europa e trabalhou no Ciro´s Bar em Londres. Nesta época ele escreveu seu primeiro livro, ABC of Mixing Cocktails de Harry of Ciro, com as receitas que servia no bar.
Mas, foi em 1923 que Harry começou realmente a escrever seu nome na história da coquetelaria. Neste ano ele comprou o New York Bar em Paris, o local onde trabalhou no início de sua carreira, e colocou seu primeiro nome na casa tornando-a mundialmente famosa. Então, vários bares pelo mundo inteiro passaram a adotar o nome Harry´s bar, para pegar carona na fama da marca.
No livro Casino Royale, o personagem de Ian Fleming, James Bond, o famoso agente 007, disse que este é o melhor lugar em Paris para obter uma “bebida sólida”. Inclusive, no livro de ficção, Bond teria perdido sua virgindade após uma noitada no bar.
O Harry’s New York Bar foi berço de criação de muitos coquetéis famosos, como o Bloody Mary, Sidecar, Monkey Gland e o Boulevardier. Se tornou ponto de encontro de expatriados e celebridades americanas, incluindo escritores de “Geração Perdida” como F Scott Fitzgerald, Gertrude Stein e Ernest Hemingway, para os quais muitos drinks eram criados. O famoso compositor George Gershwin supostamente teria composto sua obra “An American In Paris” lá. Harry também foi visitado por muitas estrelas de cinema ao longo dos anos, de Humphrey Bogart a Clint Eastwood.
Após sua morte em 1958, seus descendentes continuaram a administrar o Harry’s Bar, que existe até hoje e é um ícone da coquetelaria.