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Os drinks mais vendidos nos bares

Caipirinha ainda lidera o ranking, mas já é ameaçada.

Uma recente pesquisa feita pela Escola do Entretenimento mostra que o gosto e as preferências do brasileiro por bebidas estão mudando. Até bem pouco tempo atrás, a caipirinha era disparado o drink preparado pelo bartender mais vendido nos bares brasileiros. Sim, o nosso coquetel nacional, amado pelos estrangeiros, também era a paixão absoluta do nosso povo. Mas, algo está mudando. O que será?

Para entender o que está acontecendo, primeiro vamos entender o que é um drink. Drink é tudo que você vai beber. Um simples copo de água é um drink. Então, quando alguém pergunta se queremos beber algum drink, pode ser qualquer coisa. Mas, existe um tipo específico de drink que é preparado na hora pelo bartender com vários elementos misturados. Esse tipo de drink recebe o nome de coquetel e este foi o foco da pesquisa realizada pela Escola do Entretenimento.

Até bem pouco tempo atrás, a caipirinha liderava com folga a lista dos coquetéis mais vendidos no bares brasileiros. Ou seja, era um item obrigatório no cardápio de todo bar. Mas, nos últimos 10 anos, outros coquetéis começaram a cair no gosto popular e estão dividindo com a caipirinha o espaço e a preferência dos consumidores. Alguns já até ameaçam a liderança do nosso coquetel nacional.

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Para explicar o que está acontecendo é preciso voltar no tempo, cerca de 40 anos, quando o brasileiro começou a “sofisticar” o seu gosto por bebidas. As mudanças começaram com o vinho. Nossa preferência sempre foi por vinhos suaves, ou seja, mais doces. Há cerca de 40 anos começamos a aprender a beber vinhos finos e secos e isto representou um aumento significativo da produção de vinhos nacionais de qualidade. Mais oferta, mais consumo. Hoje, o brasileiro encontra uma seção inteira dedicada exclusivamente a esta bebida nos mercados, inclusive com someliers de plantão para ajudar os clientes em suas escolhas. Algo que não existia antes.

Depois do vinho, o brasileiro começou a aprender a beber cerveja e apreciar sabores diferentes e mais complexos. Hoje, existem no Brasil mais de 1.500 cervejarias registradas segundo o Ministério da Agricultura produzindo cervejas de vários estilos. Isso se refletiu nos bares, que passaram a ter uma carta maior oferecendo uma grande variedade de opções.

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BEBIDAS QUE NÃO PODEM FALTAR NO SEU BAR

Depois do vinho e da cerveja, a pesquisa mostra que agora o brasileiro está aprendendo a apreciar os coquetéis. O número de bares especializados nesse tipo de drink vem aumentando consideravelmente em todo país. Sim, não apenas nas grandes cidades, mas também no interior, os consumidores estão se interessando por esses drinks diferenciados preparados pelos bartenders. Os próprios supermercados já estão investindo em conteúdos educativos nas suas redes sociais ensinando como preparar várias receitas de coquetéis famosos em casa. As seções de bebidas aumentaram significativamente a quantidade de produtos nas prateleiras, entre destilados, licores, vermutes e até bitters.

O principal exemplo dessa tendência é o aumento do consumo de Gin & Tônica. Foi mais de 200% nos últimos 10 anos segundo a avaliação da pesquisa. Gin & Tônica era uma bebida de “velho”. Poucos jovens consumiam e muitos bares nem sequer tinham essa opção em seus cardápios. Hoje, o Gin & Tônica é encontrado em todo tipo de bar, nos mais sofisticados, nos bares de balada e até nos quiosques na beira da praia. Também é presença obrigatória nas cartas de drinks em festas de casamento e outros eventos sociais.

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UTENSÍLIOS PARA BARTENDERS E MIXOLOGISTAS

A explicação para esse crescimento foi uma nova apresentação do coquetel, que deixou de ser servido em copo longo e passou a ser servido em taças, ganhando sofisticação e várias variações. O Gin & Tônica caiu no gosto popular e passou a ser o segundo coquetel mais vendido depois da caipirinha ganhando, inclusive, uma seção exclusiva nos cardápios dos bares. Todos gostam de experimentar as opções, postar as fotos das taças bem decoradas nas redes sociais e, lógico, beber.

Outro coquetel clássico que ganhou notoriedade foi o Moscow Mule na versão brasileira criada pelo bartender Marcelo Serrano. Há 10 anos, muito pouca gente conhecia este coquetel criado na década de 1940 nos EUA feito com vodka, ginger beer e servido em uma caneca de cobre. Como no Brasil era difícil encontrar a ginger beer, Marcelo Serrano criou uma versão brasileira com uma espuma de gengibre. A criação foi um sucesso. Além de dar notoriedade ao Moscow Mule, a espuma de Marcelo Serrano também impulsionou a utilização desse tipo de componente em outros coquetéis.

Mas, o coquetel que realmente mostra uma mudança importante nas preferências dos brasileiros é o Negroni. O Negroni é um coquetel complexo, feito com Campari, vermute tinto e gin, cujo sabor varia entre o doce e o amargo. A primeira percepção ao beber é de doçura, mas na finalização, o amargo predomina e fica na boca. É surpreendente que o brasileiro esteja consumindo este coquetel, pois isso contraria o nosso gosto popular que sempre foi por coquetéis mais doces. Mas, em muitos bares o Negroni já está entre os mais vendidos.

Por fim, aparece na lista dos mais vendidos, o Aperol Spritz. O famoso coquetel refrescante do verão italiano feito com Prosecco e o aperitivo Aperol virou moda por aqui. É um drink sofisticado que também mistura doce e amargo. Todo bar passou a ter uma garrafa de Aperol em suas prateleiras, uma bebida que há pouco mais de cinco anos era totalmente desconhecida por nós.

O resultado dessas mudanças de hábitos e comportamentos no bar é que muitos deles passaram a investir na criação de seus próprios coquetéis, os chamados “autorais”. Para isso contratam um novo tipo de bartender especialista em misturas e que ganhou notoriedade nas duas últimas décadas, o mixologista. Responsáveis pela criação dessas novas cartas que trazem, além dos clássicos, receitas exclusivas, os mixologistas ganharam status semelhante aos dos chefes de cozinha.

Essas novidades estão fazendo com que coquetéis clássicos como Mojito e Pina Colada, e a própria caipirinha, que antes eram os destaques da maioria dos bares, estejam perdendo espaço no coração dos consumidores. Mas, o estudo conclui que essas mudanças são ótimas, especialmente para a indústria nacional de bebidas. Hoje, nossas destilarias deixaram de produzir apenas cachaça e passaram a fabricar whisky, gin e vodka. Se abriu um mercado novo e interessante ofertando uma variedade enorme de sabores e experiências. A profissão de bartender se valorizou e os clientes se tornaram mais exigentes.

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Qual será a próxima tendência? Especialistas do mercado apontam coquetéis com rum. Mas, a briga com a nossa cachaça que é, digamos assim, um parente próximo do destilado caribenho, vai ser boa. Mas, uma coisa não muda. A caipirinha continua sendo a preferência dos gringos que visitam nossas terras. É um coquetel importante e apreciado no mundo inteiro. É o único representante brasileiro na seleta lista dos coquetéis considerados essenciais e mais famosos do mundo. Então, mesmo ameaçada, a caipirinha continua sendo destaque obrigatório no cardápio de todo bar.

Confira a lista dos cinco tipos de coquetéis mais vendidos nos bares

  1. Caipirinha e suas variações
  2. Gin & Tônica e suas variações
  3. Moscow Mule e outros coquetéis com espumas
  4. Negroni e outros coquetéis com Campari
  5. Aperol Spritz e outros coquetéis com espumantes
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Marcelo Reis

Sou empresário e fundador da Escola do Entretenimento. Me apaixonei pelo mundo do bar e das bebidas há 15 anos, quando montei meu próprio bar. Para preparar a minha equipe, criei um programa de treinamento que se tornou um sucesso e foi assim que nasceu a Escola de Entretenimento. Desde então venho ensinando a arte de ser bartender, da hospitalidade e do encantamento para quem deseja ingressar nessa área, proporcionar boas experiências e ter sucesso na carreira e em seus negócios.