A primeira mulher bartender de sucesso.
Escrito por Pedro Real*
O bar, no início da história há mais de 5 mil anos, era comandado por mulheres. Entretanto, com o passar do tempo, as mulheres foram banidas desse negócio. Não se sabe ao certo as razões pelas quais elas deixaram de marcar sua presença atrás do balcão, mas essa história começou a mudar em 1903, com Ada Coleman.
Nesse ano, a então jovem barmaid assumiu o cargo de head bartender no famoso bar do hotel Savoy em Londres. Não era um cargo qualquer. O american bar do Savoy era um local frequentado por celebridades. Apenas duas mulheres tiveram o privilegio de ocupar esse importante cargo em um dos hotéis mais famosos da capital britânica. O surpreendente é que isso aconteceu na mesma época.
Ada Coleman dividia com Ruth Burguess essa responsabilidade. Mas foi Coleman que entrou para a história. Conta a lenda que elas eram inimigas, trabalhavam em turnos diferentes e não se falavam porque Coleman se recusava a compartilhar suas receitas famosas com sua suposta rival.
Mas, independente dessa conduta, Coleman ficou conhecida pela sua hospitalidade e simpatia com os clientes. Conheceu pessoas importantes da época e delas recebia elogios. Sir. Charles Hawtrey, um famoso ator da época, certa vez pediu que ela preparasse um coquetel para lhe dar energia. Nesse momento, Coleman teria criado o famoso coquetel Hanky Panky, que se tornou um clássico.
Coleman trabalhou no Savoy por 20 anos e se consagrou como chefe de bar, mesmo tendo sido contemporânea de outro grande nome da coquetelaria que também era chefe de bar do Savoy, Harry Craddock, nada mais nada menos que o autor do famoso livro de receitas do hotel.
A competição entre os bartenders daquela época era intensa e cada um tinha que brigar pelo seu espaço. Mesmo sendo conhecida por criar vários coquetéis, o único coquetel de Coleman que Craddock colocou em seu livro foi o Hanky Panky. Por isso é que Coleman merece ser lembrada e cultuada, porque conseguiu marcar seu nome na história, mesmo com toda a discriminação que as mulheres sofriam no mundo do trabalho.